segunda-feira, 22 de junho de 2009

FOLIA DE REIS

Folia de Reis é um grupo de pessoas que cantam e tem devoção aos Santos Reis
( Os Reis Magos que visitaram o menino Jesus ).






















As folias cantam em devoção aos Santos Reis,
louvando e pedindo ajuda pra festa dos padroeiros "Santos Reis do Oriente"
elas saem durante o periodo do natal,
- início: dia 25 dezembro
- fim: no dia de Santos Reis 06 de janeiro
Cada folia tem sua tradição de acordo com a região, os ensinamentos são passados de geração em geração, uma folia ou companhia de reis não tem que ter um exato número de foliões, isso é de acordo com o entendimento do mestre ou embaixador, portanto não se pode afirmar que uma folia ou companhia de reis te que ter um exato número de componentes, cor de roupa ou quantidade de bandeira, número de foliões e instrumentos musicais, que deve saber declamar um verso específico etc... cada folia tem seu costume.

A ESTRUTURA DA COMPANHIA OU FOLIA

- Embaixador: ( em outras companhias recebe também o nome de mestre, capitão, gernte ou chefe ) é quem puxa as cantorias e lidera o grupo. O embaixador deve conhecer as tradições e toadas de folia de reis, existem ocasiões que exigem do embaixador esses conhecimentos.

- Contra mestre: é a segunda voz, acompanhando a do embaixador.

- Bandeireira: é quem carrega a bandeira, a guia da companhia.

- Bastião: ( chamados em outras companhias de palhaços, alferes, mascarados, matheus, morongo, marengo, pastorinhos, mafungos) são os mascarados, vestidos com roupas coloridas e segurando em suas mãos a espada ( confeccionada em madeira ).
A muitas histórias que explicam o surgimento destes personagens, a mais comun é a que eram espías de herodes que seguiram os magos para encontrar o menino Jesus e matá-lo.
Ao encontrarem o menino acabaram se convertendo, com receio de serem mortos por herodes, vestiram uma máscara e viajaram com os Santos Reis, iam na frente fazendo graça e micagens para que herodes não desconfia-se que eram soldados. é o bastião quem recolhe as ofertas, anuncia a chegada da bandeira nas casas, pergunta se o dono da casa aceita a visita, descobre as ofertas escondidas, quebra os atrapalhos, gestos ou cerimoniais feitos por quem conhece a tradição com intuito de testar os conhecimentos da companhia ou segura-la por mais tempo na sua presença, um exemplo é o cruzeiro de rosas, confeccionado no chão, em frente a porta de entrada da casa, a companhia não pode entrar no local sem que o bastião pronuncie alguns versos secretos para quebrar aquele encanto, se o bastião não souber os versos cabe ao embaixador essa tarefa. Os bastiões sempre usam uma espada ou facão de madeira, é com ele que defendem a bandeira, se ouver um encontro de bandeiras o bastião deve defende-la, então os bastiões dos dois grupos travam uma luta de espadas sem dó.

Apontador de prendas: anota todas as ofertas recebidas num caderno.

Foliões: o restante da companhia dividido por vozes, (quinta, contra-tala, requinta) e restante dos músicos.

Na maioria das vezes a companhia é composta por cerca de 15 pessoas, dividido em grupo de oito a seis vozes, nem todos na companhia cantam.

Os instrumentos musicais utilizados são:

- Duas caixas
- 1 viola
- 3 violões
- 1 pandeiro
- 1 acordeon
- 1 violino

Os instrumentos de corda são afinados em sol maior, a viola e violões são enfeitados com fitas coloridas, cada fita pode ter um simbolismo.

As cores utilizadas são:

- Amarela ( tem por signo a Virgem Maria )
- Cor de Rosa ( os Doze Apóstolos de Cristo)
- A Branca ( O divino Espírito Santo)





















A Bandeira

A bandeira de tecido comum, é enfeitada com flores de papel crepom e fitas coloridas, nela está a imagem de São José, Nossa Senhora e os três Reis Magos.
É costume da população amarrar fitas na bandeira simbolizando o cumprimento de promessas, os enfeites aumentam mais quando os populares prendem na bandeira os ex-votos,
( fotos, fitas, blusinhas e outros objetos).
Esses ex-votos acompanham a bandeira durante toda a sua jornada, ao término desta, os enfeites são tirados e atirados em água corrente ou levados a Aparecida do Norte.
Não se pode jogar esses ex-votos em água parada, queimá-los ou guardá-los em casa de folião.



















A Bandeira, tem ainda a crença de a mesma deve ficar guardada
quando não for a época da jornada,
porém deve permanecer sempre enfeitada para não perder o encanto.
As fitas coloridas que enfeitam a bandeira
devem ser sempre costuradas numca amarradas
com nó cego, sob pena de "amarrar" a Companhia de Reis ou seja,
atrapalhar o desenvolvimento natural da jornada,
alfinetes, fitas amarradas ou qualquer outra coisa estranha
na bandeira é cuidadosamente vistoriada toda vez que a
bandeira inicia sua jornada ou sai de seu pouso.






















As Toadas

Quanto as toadas;
as completas (nascimento e padecimento de cristo), possuem 25 versos.

As simples; (louvação e pedido de oferta para a bandeira)
são menores, de dez versos e duração de seis minutos.

A forma de cantar as toadas varia de acordo com a sua procedência.

A companhia realiza basicamente
trêz tipos de toadas:
Paulista, Baiana e a Mineira.

Paulista: é mais simples, podendo ser cantada a quatro vozes
(o embaixador, o contramestre e mais duas vozes que respondem em coro)

não havendo aquele grito de prolongamento característico
cantado em resposta no final do verso.

A Baiana e a Mineira: Já se faz necessário a equipe completa (mínimo de oito vozes)
sendo característica marcante o grito da voz contra-tala.

A um complexo conjunto de tradições rituais e místicas
que se inserem no universo das Folias de reis, reminicencias de culturas
cristãs primitivas, pagãs e até mesmo de rituais ameríndios aculturados
são mantidos pelos foliões consciente ou inconcientemente.
Muitas dessas tradições são reforçadas pelas histórias orais e
interpletação populares, ou (complementos de textos biblícos).
Os foliões chamam esse universo de (Profecias).
Com esse nome designam as passagens da Bíblia em versos
e aproveitadas nas toadas e declarações
( louvação ao presépio, nascimento de cristo, fuga para o egito, etc...).


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